segunda-feira, 30 de abril de 2012


MinC anuncia 79 novos Pontos de Cultura Indígena pelo país

26 de abril de 2012
Em 2012, o Ministério da Cultura vai implantar 79 novos Pontos de Cultura Indígena nas cinco regiões do país. No total serão 109 espaços com metodologia específica para a cultura indígena.
A região região Sul receberá 24 pontos, no Norte serão 22, no Centro-Oeste, 16, nove no Sudeste e oito no Nordeste, que se somarão aos 30 que já estão em atividade nos estados do Amazonas, Acre, Roraima, Mato Grosso e Rondônia.
Na última quinta-feira (19/4), Dia do Índio, o secretário-executivo do MinC, Vitor Ortiz, assinou dois convênios para a implantação de 33 Pontos de Cultura Indígena, sendo 22 na região Norte e 11 na região Centro-Oeste. Além dos convênios, foi repassada a primeira parcela dos recursos para a instalação de novos pontos nas regiões Sudeste (9), Sul (24) e Centro-Oeste (5).
A ação tem como objetivo a promoção e o fortalecimento das identidades e da diversidade cultural dos povos indígenas do Brasil. Com os Pontos de Cultura, os beneficiários terão a oportunidade de potencializar as atividades que já executam e descobrir novos campos de atuação. Cada comunidade tem um plano específico que visa descobrir vocações e as melhores formas de desenvolver os trabalhos.
Descobertas as vocações, eles recebem kits multimídia para o desenvolvimento das atividades, como computador com acesso à internet banda larga, DVD, filmadora e câmera fotográfica digital e demais equipamentos que se julgar necessário. A comunidade pode trabalhar, por exemplo, com desenvolvimento de conteúdos audiovisuais, projetos de valorização e divulgação das expressões culturais tradicionais.
A lista com os convênios assinados está disponível para download aqui:http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=20&data=23/04/2012

Projeto conta história indígena em idioma falado por seis pessoas

28/04/2012
MÁRIO MOREIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma iniciativa editorial vai ajudar na preservação sonora de idiomas indígenas.
O livro bilíngue (português-maraguá) “A Origem do Beija-Flor”, de Yaguarê Yamã, da nação saterê mawé, sai em maio pela Peirópolis.
No site da editora (www.editorapeiropolis.com.br ), haverá um link para ouvir a narração do livro em maraguá, falado hoje por apenas seis pessoas, segundo a editora Renata Borges.
A obra será a segunda da coleção Peirópolis Mundo, em idiomas em extinção (o primeiro foi uma história em xhosa, língua sul-africana, já disponibilizado no site).
Borges diz que a ideia do projeto “é trabalhar com a diversidade linguística e cultural” e “proporcionar o contato da criança com a riqueza fonética” do idioma maraguá.
“Há 190 línguas indígenas em extinção no Brasil”, afirma ela, que pretende editar, como volume seguinte da coleção, um livro português-crenaque (grupo indígena da região do Vale do Rio Doce). Os crenaques são estimados hoje em cerca de 350 pessoas.
A editora FTD já havia lançado uma coletânea com 20 histórias de povos indígenas de todas as regiões do país.
Foi escrita em português e na respectiva língua indígena, incluindo um CD com a narração no idioma original.
O projeto, intitulado “Antologia de Histórias Indígenas”, foi capitaneado pelo escritor Daniel Munduruku, um dos principais autores indígenas do país.
Reuniu diferentes narrativas de povos indígenas do Norte (sete), Centro-Oeste (seis), Nordeste (duas), Sudeste (quatro) e Sul (três).
“A oralidade é a fonte mais primitiva da cultura indígena. Suspeitamos que muitas dessas histórias foram registradas pela primeira vez na língua original”, afirma Ceciliany Alves, editora de literatura infantojuvenil da FTD.
O escritor Olívio Jekupé, que já teve 12 livros publicados
NA GAVETA
Desde os anos 1990, os escritores índios vêm ganhando espaço, sobretudo na literatura infantojuvenil.
Hoje são mais de 30, de acordo com o escritor Kaká Werá Jecupé.
“Até os anos 1990, tinha sempre alguém escrevendo pelo índio. Hoje, de maneira ainda incipiente, já existe uma visão diferente daquela que enxerga o índio como animal folclórico e exótico.”
O autor Olivio Jekupé, que na infância frequentou aldeias guaranis no Paraná, chegou a cursar filosofia na USP e já teve 12 obras infantis lançadas.
“Em compensação, tenho um livro sobre a situação dos índios, mas não consigo publicar. As editoras não acreditam muito em índio falando de seus problemas. Pelo menos a literatura infantil foi uma abertura para nós.”

terça-feira, 24 de abril de 2012

9º ENCONTRO DE ESCRITORES E ARTISTAS INDÍGENAS

É hoje o grande dia! Lideranças tradicionais, escritores e artistas indígenas, te esperam para um grande "caxiri literário"sobre literatura indígena e a Rio + 20! Não Percam!

Ikatureté



quarta-feira, 11 de abril de 2012

Usina põe em xeque raro sítio arqueológico do país

A barragem de Santa Isabel põe em xeque um dos sítios arqueológicos mais ricos do país. A chamada Ilha dos Martírios, onde já foram identificadas mais de 3 mil gravuras rupestres, deverá ficar completamente embaixo d'água, após o enchimento do reservatório da usina.
A reportagem é de André Borges e publicada pelo jornal Valor, 11-04-2012.

A constatação faz parte do próprio relatório ambiental preparado pelos empreendedores de Santa Isabel. Em toda a bacia do rio Araguaia, o estudo constatou a existência de 568 sítios arqueológicos. Segundo o estudo, os sítios que se encontram na área diretamente afetada pela obra correspondem principalmente aos sítios de arte rupestre, dentre os quais destacam-se a Ilha dos Martírios e o Sítio Pedra Escrita. "Estes, deverão receber maior cuidado, pois serão submersos pelo reservatório", informa o Gesai. Do total de sítios, 57 encontram-se na área diretamente afetada pelo empreendimento.

As ações recentes que aproximam cada vez mais o projeto de Santa Isabel de sua viabilidade podem minar os planos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Desde o ano passado, estava em curso um processo no instituto para conseguir o tombamento da região, decisão que tornaria Santa Isabel inviável de uma vez por todas. Essa iniciativa, no entanto, apurou o Valor, não avançou de lá para cá.

A riqueza arqueológica da Ilha dos Martírios é estudada desde o século XVIII. A ilha, cuja parte fica submersa durante seis meses por conta das cheias anuais do Araguaia, foi batizada pelos bandeirantes de "Martírios" por conta das gravuras que tem. Trata-se de desenhos parecidos com os instrumentos utilizados no martírio de Cristo, como coroas de espinhos, cravos, martelos, cruzes e lanças. No sítio Pedra Escrita, lajeiros com gravuras rupestres somam 109 painéis já catalogados, com 586 figuras.

De acordo análises feita pelo Iphan, os sítios arqueológicos Ilha dos Martírios, Pedra Escrita e Ilha de Campo, todos vizinhos ao longo do rio Araguaia, integram a segunda maior área de concentração de sítios com arte rupestre do Pará. "Os sítios são de grande importância científica e patrimonial. Trata-se, sem dúvida, de um dos mais ricos em arte rupestre do Brasil. Com efeito, conhecem-se apenas dois sítios com maior quantidade de gravuras registradas no país, ambos na região de Montalvânia (MG)", sustenta o Iphan.

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/508375-usinapoeemxequerarositioarqueologicodopais