terça-feira, 16 de julho de 2013

Projeto de material didático deve ser enviado até 27 de Agosto


Projeto de material didático deve ser enviado até 27 de agosto

Quinta-feira, 11 de julho de 2013 - 17:48
Fonte: MEC

Às escolas indígenas será destinado o material didático e paradidático a ser produzido por organizações indígenas, universidades, instituições de pesquisa e secretarias de Educação (foto: Geyson Magno/MEC – 18/9/10)
O Ministério da Educação recebe, até 27 de agosto, propostas de livros, material didático e paradidático, CDs e DVDs de conteúdo específico para escolas indígenas. As propostas podem ser apresentadas por organizações indígenas, universidades, instituições de pesquisa e secretarias de Educação. 

O objetivo do MEC é promover a produção, publicação e distribuição de material didático e paradidático para as escolas indígenas, além de consolidar e fortalecer as línguas maternas. Cada entidade pode enviar mais de um projeto, desde que em envelope fechado, para a Coordenação-Geral de Educação Escolar Indígena do MEC [Esplanada dos Ministérios, bloco L, Anexo I, sala 405. CEP 70047-900, Brasília, DF].

No item relativo aos critérios de seleção do material, o edital de convocação determina que têm preferência propostas de autoria indígena, relacionadas ao conhecimento da tradição oral e que sejam resultado de projetos de formação de professores.

O edital, que abre prazo para apresentação de propostas, indica que a criação dos territórios etnoeducacionais, iniciada com o Decreto nº 6.861, de 27 de maio de 2009, gerou aumento de pedidos de material específico apresentados por organizações indígenas. Hoje, conforme dados da Coordenação-Geral de Educação Escolar Indígena, o país tem 41 territórios etnoeducacionais, em diversas fases de organização e composição.

Balanço — À coordenação-geral chegaram até agora seis propostas de material:
  • Cartilha em língua arara, da Secretaria de Educação de Altamira (PA)
  • Livro de alfabetização na língua caiapó, da Associação Floresta Protegida, de Tucumã (PA)
  • Livro de alfabetização, produzido por professores na língua mebengocrê, do Instituto Raoni, de Mato Grosso
  • Livro de alfabetização na língua tapaiúna, do Instituto Raoni, de Mato Grosso
  • Livro de língua portuguesa (segundo volume) como segunda língua, do Instituto Raoni, de Mato Grosso
  • Projeto político-pedagógico, elaborado pelo conselho de professores indígenas xucuru do ororubá, da ONG Copixo, de Pernambuco

Povos — O Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010 registrou 896,9 mil indígenas. Na região Norte, são 342,8 mil; no Nordeste, 232,7 mil; no Centro-Oeste, 143,4 mil; no Sudeste, 99,1 mil e, no Sul, 78,7 mil. Segundo o censo, da totalidade dos indígenas, 517,3 mil indivíduos vivem em terras indígenas e 379,5 mil em outras áreas.

O levantamento do IBGE também constatou a existência de 274 línguas e 305 etnias. O último censo sobre diversidade linguística fora realizado em 1940, durante o governo de Getúlio Vargas.

Edital de Convocação nº 1, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) foi publicado no Diário Oficial da União de 7 de junho último, seção 3, páginas 82 e 83.

Ionice Lorenzoni

Confira o Decreto nº 6.861, de 27 de maio de 2009

domingo, 14 de julho de 2013

Escritor Tiago Hakiy retrata Amazônia em obras autorais


Entre as influências do escritor estão Thiago de Mello, Daniel Munduruku, Yaguare Yamam, Vinícius de Moraes e Anibal Beça

Matéria original: Portal Amazônia
MANAUS - A cultura indígena é rica em lendas e mistérios. De geração em geração, os indígenas perpetuam as histórias de seu povo. Com o livro 'Guaynê derrota a Cobra Grande - Uma História Indígena', o escritor amazonense Tiago Hakiy, descendente da tribo sateré-mawé, mostra aos brasileiros parte do encanto da região amazônica.
Tiago é destaque no cenário literário do Amazonas. Foto: Arquivo Pessoal
Tiago é destaque no cenário literário do Amazonas. Foto: Arquivo Pessoal
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O escritor Tiago Haiky. Foto: Arquivo Pessoal
Além de escritor, Tiago também é poeta e contador de história. Foto: Arquivo Pessoal
Tiago é destaque no cenário literário do Amazonas. Foto: Arquivo Pessoal
Natural de Barreirinha (distante a 331 quilômetros de Manaus), o escritor Tiago Hakiy é um dos destaques da literatura local. O encanto do escritor pelas palavras começou quando o mesmo descobriu o mundo da leitura. “Escrever é a minha paixão, e eu não escreveria com o mesmo sentimento se eu fosse citar outro local que não a região onde vivo: a Amazônia. É impossível não escrever sobre nossa terra. Tudo é inspiração poética", revelou Hakiy.
Um outro Thiago,  conterrâneo e amante das palavras, é a inspiração de Hakiy . "O poeta Thiago de Mello também é de Barreirinha, mas ele é filho das águas do Paraná dos Ramos e eu do Rio Andirá. A figura dele como escritor e poeta foi fundamental para moldar meus sonhos, minha carreira. E suas obras, influenciaram consideravelmente o meu primeiro livro. E com seus versos e canto de esperança, ele conseguiu escrever sua história na literatura brasileira", revelou o escritor.     
Outros autores também contribuíram para os trabalhos de Hakiy. Entre eles destacam-se José Lins do Rego, Guimarães Rosa, Moacir Sclyar, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes e Anibal Beça.  Elson Farias, Jorge Tufic, Luiz Barcellar, Milto Hatoum também são inspirações para o escritor. Já Daniel Munduruku e Yaguare Yamam, o autor considera 'companheiros de luta, representantes louváveis da literatura indígena'.
Auxílio
Para Tiago, o Brasil é um País de poucos leitores. "Na região Norte esta realidade é mais visível. Além da ínfima divulgação das obras, o trabalho gráfico de livros para o público infanto-juvenil, realizado pelas editoras locais, está aquém de outros lugares do país. O Estado e os municípios dificilmente compram com regularidade obras de autores regionais", contou.
Além de exercer o papel de escritor, Tiago também é poeta e contador de história. Ao ser questionado sobre qual função é sua preferida, ele logo respondeu. "Nasci poeta, e a poesia está na alma, no coração e no suor de meus textos. A poética sempre esteve presente no que eu escrevo. Contar história é mais uma forma de transmitir a cultura e a poesia do lugar onde vivo", revelou.
Obras
Atualmente, Tiago trabalha na divulgação do livro 'Guaynê derrota a Cobra Grande - Uma História Indígena', texto que foi ganhador do concurso Tamoios, realizado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ)- Seção brasileira do International Board on Books for Youg People (IBBY). Ao longo da carreira, o autor escreveu mais três obras: 'Awyató-pót - Histórias indígenas para crianças', 'Petrópolis', 'Águas do Andirá'. Para o futuro, ele quer escrever mais duas obras e continuar divulgando as belezas da região amazônicapor meio das letras e palavras.