FANTASMAS - NOVO LIVRO DE DANIEL MUNDURUKU

Vencedor do Jabuti estreia na Record com romance potente sobre memória, justiça e ancestralidade Após uma longa trajetória no infanto-juvenil, Daniel Munduruku lança drama sobre indígena que viu o extermínio de sua comunidade. Em formato epistolar, o personagem revela uma forma de enxergar a vida atravessada pela relação com a natureza e a cultura local. O romance do autor premiado chega às livrarias em outubro FANTASMAS Daniel Munduruku 144 páginas | R$59,90 Ed. Record | Grupo Editorial Record A pedido de seu advogado de defesa, um indígena aprisionado conta suas memórias. É assim que conhecemos o episódio traumático em que homens brancos, denominados por ele como “fantasmas”, dizimaram seu povo. Movido pela dor, confessa seu crime: o assassinato dos responsáveis pelo fim do seu povo. No entanto, sem provas de seu testemunho, cabe ao advogado Salomão, um homem negro, lutar por sua liberdade – e assim nasce uma amizade inesperada, movida por uma busca comum: não calar o passado. Mais do que uma história de vingança, Fantasmas compartilha uma visão de mundo comunitária e conectada com a natureza. Distante das noções capitalistas de sucesso, poder e solidão, o indígena fala sobre seu passado, afetos, tragédias e sua misteriosa ligação com a morte dos dezoito homens que assassinaram os seus. A partir das profundas conversas com seu advogado, surgem os argumentos de defesa do caso e também uma bela amizade. Marcado pela ancestralidade e pela forte relação com o espiritual, o livro abre os olhos do leitor para uma realidade muito brasileira e pouco conhecida. O romance de Munduruku conta a história de um massacre indígena e o movimento, por vezes violento, de vingança, do ponto de vista dos indígenas. Na trama, é a aliança entre minorias que conta a história, fazendo deste livro uma espécie de ponto de virada no nosso modo de ver a literatura. É a construção de uma nova lei, de uma nova justiça, e, quando a verdade finalmente vem à tona, o destino desses personagens marcantes é conduzido a um final que transcende o que pode ser explicado. "Se é só isso? Sua pergunta parece estranha, mas eu entendo. O doutor deve imaginar que a vida precisa ser mais complexa, né? É que o senhor usa como modelo a vida que os fantasmas construíram para eles. Vocês não olham a natureza com os mesmos olhos que nós. Vocês aprenderam a ser donos dela. Quando a gente é dono de alguma coisa dá a impressão que tudo foi criado para servir a gente." “Ao longo de mais de sessenta obras, Daniel Munduruku escreve para produzir manifestos, pensando no futuro sem se esquecer daquilo que permanece desde seus ancestrais, apesar do colonialismo que subsiste como força de destruição e apagamento.” — Maria da Conceição de Almeida para a orelha de Fantasmas. “Este romance toca em muitos pontos sensíveis e profundos. É muito interessante acompanhar as reflexões de um jovem negro advogado e de um jovem indígena aprisionado não só em uma cela, mas também nas memórias do massacre de seu povo.” — Maria Luiza Jorge para a quarta capa de Fantasmas. _SOBRE O AUTOR___ Daniel Munduruku nasceu em Belém do Pará, em 1964. É graduado em Filosofia, História e Psicologia pela Universidade Salesiana de Lorena, doutor em Educação pela USP e pós-doutor em Linguística na UFSCar. Desde que iniciou sua carreira como escritor, em 1996, publicou mais de sessenta livros – para crianças, jovens e professores –, muitos deles com prêmios no Brasil e no exterior, como Jabuti, Academia Brasileira de Letras e Erico Vanucci Mendes. Suas obras já receberam também várias indicações da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e foram traduzidas no Canadá, Estados Unidos, Áustria, México e Coreia do Sul. Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República, na categoria Grã-Cruz, e membro fundador da Academia de Letras de Lorena, cidade onde reside desde 1987, é casado com Tania Mara, com quem tem três filhos: Gabriela, Lucas e Beatriz.

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